A prefeitura de Valparaíso de Goiás lançou na manhã da última terça-feira (10) o que chamou de “Consórcio Anhanguera” com previsão de empenho de R$ 61,9 milhões em obras de drenagem e pavimentação em parte das ruas do Setor de Chácaras Anhanguera.
O empreendimento veio após ameaças de manifestações populares contra a falta de infraestrutura e obras públicas supostamente mal feitas no bairro que, por exemplo, teriam causado o acidente ocorrido na última sexta-feira de 2022, onde as águas da chuva e a lama acumuladas na Av. Rio de Janeiro derrubaram o muro do condomínio Flórida, soterrando carros, danificando imóveis e levando risco à vida dos moradores.
Diferente do discurso do prefeito Pábio Mossoró (MDB), que falou em estar levando infraestrutura para todo o bairro, o processo licitatório disponível no Portal da Transparência, as informações e as imagens produzidas no lançamento apontam que apenas quatro pequenos perímetros serão atendidos pelo tal Consórcio, o que, inclusive, levanta suspeitas sobre alto volume de dinheiro destinado ao empreendimento.

Os R$ 61 milhões anunciados para a obra vem do controverso empréstimo feito pela prefeitura junto ao Banco do Brasil, que não deixa claro o grau de endividamento do município e representa perto de apenas a metade do PAC Anhanguera de R$ 116 milhões, capitados pela ex-prefeita Lêda Borges (PSDB) junto ao governo federal e não executado pelos gestores seguintes.
A seis anos como prefeito da cidade e após receber R$ 1,3 milhões para iniciar o projeto de infraestrutura para toda a região, Pábio Mossoró não teria concluído nem 70% do projeto executivo do Programa de Aceleração do Crescimento.
De acordo com especialistas, o Consórcio Anhanguera, além de limitado, pode estar “enterrando definitivamente” o sonhado PAC.
O Jornal entrou em contato com a Assessoria da prefeitura para confirmar a abrangência das obras, mas não obteve retorno.