Apos quase dois anos de suspensão e perto de completar um mês da volta às aulas presenciais, a educação pública municipal de Valparaíso de Goiás, sob a gestão do prefeito Pábio Mossoró (MDB), “está em frangalhos”, conforme relatam pais de alunos e professores.
"Escolas caindo aos pedaços ou entrando em reforma somente agora, algumas sem mobílias, a falta de protocolos sanitário para a prevenção da Covid-19, a maioria das escolas não têm nem pias suficientes para os alunos lavarem as mãos, quem dirá totem de álcool em gel, e profissionais da educação desvalorizados, sem condições de trabalho, é o retrato atual da educação pública do município de Valparaíso", disse o professor Jean Mourão.
De acordo com o Site do Tesouro Nacional, todos os repasses destinados à educação nos municípios foram feitos em dias e na sua integralidade, sem redução, inclusive no período de suspensão das aulas presenciais, e mesmo assim a gestão do prefeito Pábio Mossoró (MDB) e da secretária municipal, Rudilene Nobre, não teriam providenciado nenhuma manutenção na rede de ensino.
"Aí diz que segunda-feira começa as aulas remotas e presencialmente somente em abril quando termina as obras da escola mulher. Cara, a escola ficou dois anos fechada, por que que não fizeram essa obra nessa época mulher?", questionou no 02 de fevereiro recente a senhora Katiane, mãe de dois alunos, até então, matriculados na rede municipal de ensino.
Na quarta-feira, 16 de fevereiro, a senhora Katiane pediu a transferência da sua filha, que estudava na unidade colocada em reforma só agora. Segundo ela, a família resolveu levar a criança para uma escola da rede privada, onde conseguiu uma bolsa e a jovem já voltou a estudar.
A precariedade na educação pública de Valparaíso atinge até a escola que recebe o nome da mãe do prefeito Pábio Mossoró (MDB) que, segundo a professora Edileia Rodrigues, está operando sem o mobiliário necessário.
Em 13 de agosto de 2021, a falta dos móveis na CEMEI Maria Marluce Correia Lopes, inaugurada com pompas às vésperas das eleições municipais de 2020, foi retratada numa reportagem do Jornal Opinião do Entorno. Á época, o site recebeu a informação de que os utensílios estavam sendo adquiridos, mas seis meses depois a situação ainda não foi completamente resolvida.
Além da falta de estrutura física, a educação pública municipal de Valparaíso de Goiás também está parada na criação de novas vagas a mais de 5 anos. Há casos na cidade, como, por exemplo, no bairro Esplanada I, onde uma única mãe tem dois filhos fora da escola, um que deveria cursar o 3º ano e outro o 1º Ano.
Também há a falta de transporte escolar, que mesmo com toda a previsão de retomada das atividades presenciais, ainda “está em processo de contratação”, segundo a Secretaria Municipal de Educação.
Na sexta-feira (18), uma mãe, moradora do bairro Santa Rita, fez um apelo, pedindo ajuda aos participantes de um dos maiores grupos de Facebook da cidade, o Notícias do Val, pois seus filhos estariam perdendo aulas por falta do transporte:
"Tivemos que matricular nossos filhos no (bairro) Ipanema, aí começou o problema, pois não tem ônibus para nossos filhos irem para a escola. E cada hora só piora, já procuramos o vereador, a secretária e nada, os nossos filhos estão sem estudar", postou ela.
Recentemente os profissionais da educação valparaisense deflagraram um dia de paralisação, como aviso de greve. Além das reivindicações próprias da categorias, como reposição salarial, pagamento do vale transporte integral e alimentação, os servidores também exigem a troca da secretária de educação, que teria deixado a situação chegar ao ponto que chegou, e providências imediatas para melhorar o ambiente escolar em todas as unidades da cidade.
Questionada sobre os fatos relatados, a assessoria de comunicação da prefeitura não retornou ao contato da redação.
