O prefeito de Valparaíso de Goiás, Pábio Mossoró (MDB) é alvo de investigações do Tribunal de Contas da União (TCU) e do Ministério Público de Contas que buscam esclarecimentos sobre a aplicação e o paradeiro de recursos públicos destinados à obras de infraestrutura na cidade cidade.
Pábio lançou, por exemplo, a obra do Consórcio Anhanguera de R$ 61,9 milhões em fevereiro recente, com a promessa de resolver os problemas de infraestrutura do Bairro, que irradiam transtornos para toda a cidade, principalmente em dias de chuvas.
A gestão do emedebista adquiriu um financiamento de R$ 70 milhões junto ao Banco do Brasil para custear a obra, desse valor, R$ 48,7 milhões entraram nos cofres públicos em outubro de 2022, quando o Consórcio, composto por duas empresas sediadas na Bahia, já estava contratada para construir a rede de drenagem em apenas quatro perímetros do bairro.
Mesmo com o dinheiro na conta e a empreiteira contratada, as obras não passaram de grandes valas abertas até maio passado, e a partir daí foram abandonadas, se transformando em mais transtorno e riscos para a população.
"Cadê o dinheiro e as obras? A gente sabe que tem muito, mas não consegue entender porque nada nunca é feito para melhorar a nossa vida. Talvez a gente saiba, por isso e muito importante denunciar, denunciar e denunciar fora, porque aqui nessa cidade não acontece nada, está tudo liberado", disse o morador indignado, Sr. Eudes.
Parte das investigações buscam esclarecimentos sobre as condições do empréstimo realizado junto ao BB, as circunstâncias da contratação da empresa da Bahia e principalmente o paradeiro do dinheiro público que já foi desembolsado pelo governo, sem gerar retorno para a comunidade.
Neste caso, do empréstimo de R$ 70 milhões, o governo Pábio Mossoró pagou R$ 14 milhões para a empresa, com repasses feitos inclusive após a paralização das obras, o que levanta ainda mais suspeitas da existência de um grande esquema de corrupção, que também poderia estar contando com a sobreposição de obras com o PAC para camuflar o desvio de recursos.
Consultada por e-mail, a assessoria de comunicação da prefeitura não se manifestou ao jornal, porém, em nota, a equipe do prefeito valparaisense culpou as chuvas atuais pela paralização das obras, sem mencionar o vários períodos de estiagem do ano.