O prefeito de Valparaíso de Goiás, Pábio Mossoró (MDB), confirmou na sexta-feira (31) pelo decreto 151/23 a exoneração, a pedido, de Ribamar Fernandes Veleda, agora ex-diretor do Centro de Atendimento Integrado à Saúde (CAIS).

Recentemente Ribamar enviou áudios em um grupo de mensagens de servidores da saúde, que vazaram para imprensa, com críticas e acusações contra secretária titular da pasta, Rosângela Palácio, pessoa de confiança de Mossoró.
"A secretária (Rosângela Palácio) tem que respeitar os diretores, ela tinha que estar preocupada é com os RT (Responsáveis Técnicos) das unidades, devem estar tudo sem RT, uma única RT respondendo por tudo, não temos responsável técnico no Raio X, não temos responsável técnico no Laboratório do CAIS e nem de nenhuma unidade, isso tudo tem que vir a público"
, disse o ex-diretor no final de um dos áudio vazado.
De acordo com Veleda, os médicos Francisco Teixeira de Souza, Denise Costa Viana de Souza e Paulo Ricardo Oliveira de Lima Júnior teriam sido apresentados no início de janeiro pelo Superintendente da pasta, Paulo Cesar Moura, como Responsáveis Técnicos (RT) respectivamente do CAIS, do Hospital Municipal e da UPA do Marajó e que, recentemente, após uma apuração da vereadora Cláudia Aguiar (PSDB), a secretária Rosângela Palácio teria mudado a informação, apontando apenas uma RT para as três unidades.
Para além da falta dos Responsáveis Técnicos, o levantamento da parlamentar aponta que os médicos podem ter recebido até 17 plantões mensais cada, sem tê-los trabalhado de fato, apenas pelo empréstimo de seus nomes, que sequer foram enviados para a SUVISA (Superintendência de Vigilância em Saúde) como RTs Unidades.
Com base no contrato 700.738/2022, do Dr. Francisco Teixeira, aditivado em 25% em agosto de 2022, esses plantões podem ter custado até R$ 28 mil por mês e por cada médico envolvido.
Questionada pelos supostos pagamentos por plantões não prestados, Rosângela Palácio teria sugerido parlamentar fizesse uma denúncia no Ministério Público contra os diretores das unidades 24 horas, o que teria motivado as revelações de Ribamar Veleda.
"Aí o que acontece é que a secretaria relata hoje (22/03) que nós só temos uma RT, que é a Dra. Denise que está responsável pelas três unidades. Dessa forma, quer dizer que o Dr. Francisco, que é o RT do CAIS, não sendo mais RT, ele deveria estar em plantão, sendo plantonista. Essa informação não nos foi passada, isso veio ser relatado agora"
, disse Veleda noutra parte de sua fala, que dá a entender que, de fato, os plantões podem ter sido mesmo abonados ilegalmente, sob o pretexto de pagar pelos nomes supostamente enviados à SUVISA.
De acordo com funcionários do CAIS, o prefeito Pábio Mossoró deveria ter recusado o pedido de exoneração de Ribamar e se comprometer em acabar com os desvios:
"A gente vê o que acontece aqui, mas não pode falar nada, esse esquema de nomeações fictícias é o de menos, é gorjeta para o que acontece na secretaria de saúde, o (prefeito) Pábio deveria ter insistido para o Ribamar ficar, pelo menos para fazer de conta. Mas o compromisso dele é com esse tipo de coisa aí, não com os melhores profissionais"
, comentou a servidora que preferiu anonimato para evitar represálias
A secretaria de comunicação da prefeitura e a de saúde não retornaram aos questionamentos do jornal, feitos por e-mail em 27 de março às 20h01.