O senador Randolfe Rodrigues(Rede-AP), líder da oposição ao governo no Senado, protocolou nesta terça-feira (28), o requerimento para criar a CPI do MEC, que conta com 31 assinaturas, quatro a mais do que o mínimo necessário.

Foto: Reprodução (Pedro França / Agência Senado)
Segundo o senador, todos os pré-requisitos para a instalação da CPI foram preenchidos.
O pedido só terá prosseguimento com aval do presidente da casa, Rodrigo Pacheco(PSD), a quem cabe analisar o requerimento e determinar a instalação, mas há dúvidas se a CPI de fato será aberta em razão da proximidade das eleições de outubro.
"No dia de hoje a oposição protocola o requerimento para instalação da CPI para averiguar o conjunto de irregularidades que se tem notícia desde março no âmbito do MEC"
, afirmou Randolfe.
Em entrevista coletiva a jornalistas, o senador classificou o requerimento como “robusto” e, de acordo com o parlamentar, não há dúvidas de que foi instalada uma quadrilha no MEC e de que o próprio medo do presidente Jair Bolsonaro (PL) diante dos rumos da investigação indica "que há tentáculos do Planalto envolvidos nessa situação"
.
Segundo Randolfe, as investigações da Polícia Federal e do poder judiciário estão sob “forte ameaça”: "Em situações normais não necessitaria de uma CPI, mas essa investigação está sob ameaça de interferência do presidente da República"
, afirmou o parlamentar.
A oposição ao governo de Jair Bolsonaro se mobilizou após vir à tona a denúncia sobre a existência de um ‘gabinete paralelo’ no Ministério da Educação, instalado por pastores ligados ao ex-ministro e também pastor Milton Ribeiro.
O suposto esquema envolveria pagamento de propina em dinheiro, falsas doações de bíblias ou até em barras de ouro, em troca de liberação de recursos para prefeituras, intermediadas por pastores evangélicos, supostamente indicados pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), conforme revelou o Estadão em março recente.
Na manhã da quarta-feira, 22, a Polícia Federal cumpriu um mandado de prisão preventiva contra Milton Ribeiro, no âmbito da operação que investiga sua responsabilidade no caso do gabinete paralelo. Outros 13 mandados de busca e apreensão foram cumpridos e, dentre os alvos, estão os pastores Gilmar dos Santos e Arilton Moura. Eles foram soltos no dia seguinte após decisões liminares.
Veja a lista dos senadores que assinaram o requerimento para abertura da CPI do MEC:
1. Randolfe Rodrigues (Rede-AP)
2. Paulo Paim (PT-RS)
3. Humberto Costa (PT-PE)
4. Fabiano Contarato (PT-ES)
5. Jorge Kajuru (Podemos-GO)
6. Zenaide Maia (Pros-RN)
7. Paulo Rocha (PT-PA)
8. Omar Aziz (PSD-AM)
9. Rogério Carvalho (PT-SE)
10. Reguffe (União Brasil-DF)
11. Leila Barros (PDT-DF)
12. Jean Paul Prates (PR-RN)
13. Jaques Wagner (PT-BA)
14. Eliziane Gama (Cidadania-MA)
15. Mara Gabrilli (PSDB-SP)
16. Nilda Gondim (MDB-PB)
17. Veneziano Vital do Rego (MDB-PB)
18. José Serra (PSDB-SP)
19. Eduardo Braga (MDB-AM)
20. Tasso Jereissati (PSDB-CE)
21. Cid Gomes (PDT-CE)
22. Alessandro Vieira (PSDB-SE)
23. Dario Berger (PSB-SC)
24. Simone Tebet (MDB-MS)
25. Soraya Thronicke (União Brasil-MS)
26. Rafael Tenório (MDB-AL)
27. Izalci Lucas (PSDB-DF)
28. Alexandre Giordano (MDB-SP)
29. Marcelo Castro (MDB-PI)
30. Confúcio Moura (MDB-RO)
31. Jarbas Vasconcelos (MDB-PE)