Agora, com a discussão de onde Bolsonaro vai iniciar o cumprir sua pena de 27 anos e 3 meses de prisão, novos atos de chantagem do regime de Donald Trump podem carimbar o envio do ex-presidente para o presídio da Papuda
Desejadas por bolsonaristas e até anunciadas pelo deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL), a eventual aplicação de novas sanções do regime norte-americano de Donald Trump contra o Brasil e suas autoridades podem ter um efeito inverso ao desejado e complicar ainda mais a situação do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Segundo a coluna de Igor Gadelha no portal de notícias Metrópoles, aliados do ministro do STF Alexandre de Moraes teriam indicado que, se os Estados Unidos anunciarem novas sanções contra o Brasil e/ou suas autoridades, certamente o ânimo do magistrado será influenciado a enviar Bolsonaro para o regime fechado de prisão no complexo penitenciário da Papuda.
Atualmente Bolsonaro ainda tem as opções de iniciar o cumprimento dos seus 27 anos e três meses de prisão, em regime fechado, numa sala especial na Polícia Federal, em um quartel do Exército ou em uma cela no Presídio da Papuda.
A defesa de Bolsonaro já teria pronto um pedido para que o ex-presidente cumpra a pena em prisão domiciliar, mantendo o seu Status atual, devido a medidas cautelares decididas no âmbito do inquérito que apura a atuação dele e de Eduardo Bolsonaro em busca de sanções estadunidenses contra o Brasil.
O secretário do Departamento de Estado Maro Rubio declarou em entrevista nesta segunda-feira (15), que o regime de Donald Trump deve anunciar novas sanções contra o Brasil nas próxima semanas.
Condenação
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi condenado pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal por tentativa de golpe de Estado e outros quatro crimes, em um julgamento que marca a primeira punição de um ex-presidente brasileiro por esse tipo de crime.
Junto de Bolsonaro, também foram condenados Alexandre Ramagem (ex-diretor da Abin), Almir Garnier (ex-comandante da Marinha), Anderson Torres (ex-ministro da Justiça), Augusto Heleno (ex-ministro do GSI), Mauro Cid (ex-ajudante de ordens e delator), Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa) e Walter Braga Netto (ex-ministro da Casa Civil).
O julgamento da Primeira Turma terminou com placar de 4 a 1 a favor da condenação de todos, com votos de Alexandre de Moraes (relator), Flávio Dino, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin. Luiz Fux divergiu, absolvendo Bolsonaro e cinco outros réus, mantendo condenações apenas para Mauro Cid e Braga Netto pelo crime de abolição do Estado Democrático.
Segundo o STF, os réus formaram uma organização criminosa armada e organizada para impedir a transição democrática, atuando deliberadamente contra instituições constitucionais.
Entre os crimes atribuídos estão tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado pela violência e grave ameaça, e deterioração de patrimônio tombado.
