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Na ONU, Lula faz críticas veladas a Trump e exalta a soberania nacional

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) discursou na manhã desta terça-feira (23) na abertura da 80ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York. Como é de praxe, o Brasil é o primeiro entre os chefes de Estado dos países a falar, seguido pelos EUA, anfitrião do evento.

Presidente Lula (PT) discursa na abertura da Assembleia da ONU de 2025 / Foto: Reprodução (Ricardo Stuckert)

Lula defendeu a  democracia brasileira e repudiou "medidas unilaterais e ingerências externas" sobre o país. Apesar de não afirmar diretamente, as críticas do petista foram feitas às tentativas de intervenção dos EUA no judiciário brasileiro, por meio de sanções econômicas e a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

O chefe do poder executivo brasileiro destacou que recentemente, pela primeira vez em 525 anos de história, um ex-chefe de Estado brasileiro foi responsabilizado judicialmente por atentado contra a democracia, em um processo que respeitou todos os direitos de defesa.

Em sua fala, Lula também criticou o que chamou de “intervenções unilateralistas” em todo o mundo. Ele também comentou, sem citar os EUA, sobre as tentativas de intervenção no processo judiciário brasileiro.

“Diante dos olhos do mundo, o Brasil deu um recado a todos os candidatos a autocratas e àqueles que os apoiam: nossa democracia e nossa soberania são inegociáveis” , afirmou. Sua fala sobre a proteção da soberania brasileira foi aplaudida pelos presentes.

Defesa da democracia

No começo do discurso, Lula falou em tom forte sobre as tentativas de golpe de estado no Brasil no qual, segundo ele, falsos patriotas arquitetam e promovem publicamente ações contra o Brasil".

O presidente relatou sobre a manutenção da democracia brasileira ao julgar uma tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito. Ele contou aos líderes dos países presentes que todo o processo houve investigação com amplo direito de defesa, "prerrogativa que as ditaturas negam às suas vítimas" .

"A agressão contra a independência do Poder Judiciário é inaceitável. Essa ingerência em assuntos internos conta com o auxílio de uma extrema direita subserviente e saudosa de antigas hegemonias" , afirmou Lula, sem citar diretamente as tentativas de intervenção dos EUA no julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

“Quando a sociedade internacional vacila na defesa da paz, da soberania e do direito, as consequências são trágicas” , disse Lula, criticando a omissão da comunidade internacional frente à arbitrariedade.

Combate à fome

O presidente brasileiro também comemorou que o Brasil voltou a sair do mapa da fome em 2025, mas alertou que ainda há 670 milhões de pessoas famintas e 2,3 bilhões enfrentando insegurança alimentar no mundo.

"A guerra que todos podem sair vencedores a que travamos contra a fome e a pobreza. (...) A comunidade internacional precisa rever suas prioridades, reduzir os gastos com guerras e aumentar a ajuda ao desenvolvimento, aliviar o serviço da dívida externa dos países mais pobres, sobretudo os africanos, e definir padrões mínimos de tributação global para que os super ricos paguem mais impostos que os trabalhadores" , afirmou o petista.

Lula abordou também os desafios do mundo digital, destacando que plataformas devem aproximar pessoas, mas não podem ser usadas para semear intolerância, misoginia, xenofobia ou desinformação. Segundo ele, a regulação digital protege os mais vulneráveis e combate crimes como tráfico de pessoas e pedofilia.

Crise Climática

As ações visando mitigar as mudanças no clima, pauta principal que será discutida na COP30, marcada para novembro no Pará, foi citada por Lula. Ele afirmou que "bombas armas nucleares não vão nos proteger da crise climática" , destacando que 2024 foi o ano mais quente já registrado.

"A COP30, em Belém, será a COP da verdade. Será o momento de os líderes mundiais provarem a seriedade de seu compromisso com o planeta" , afirmou o chefe de Estado brasileiro.

Lula disse que o Brasil se comprometeu a reduzir entre 59 e 67% suas emissões, abrangendo todos os gases de efeito estufa e todos os setores da economia. Ele aproveitou e criticou a postura dos países ricos que, para ele, usufruem de padrão de vida obtido às custas de duzentos anos de emissões".

No final de sua fala, o brasileiro destacou os 80 anos da ONU, apontando que as Nações Unidas têm hoje quase quatro vezes mais membros do que os 51 que estiveram na sua fundação.

“Nossa missão histórica é a de torná-la novamente portadora de esperança e promotora da igualdade, da paz, do desenvolvimento sustentável, da diversidade e da tolerância” , finalizou.

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