Deputado foi condenado pelo STF a mais de 16 anos de prisão por envolvimento em trama golpista e ao fim do mandato ainda deve ser julgado por dois crimes, suspensos devido ao foro privilegiado

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), já havia determinado a prisão do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) desde a quarta-feira (19), a pedido da Polícia Federal (PF), que já vinha investigando a saída do parlamentar do Brasil sem informar à Justiça e de maneira clandestina.
Em setembro, a Primeira Turma da Corte decidiu condenar Ramagem a mais de 16 anos de prisão por envolvimento na trama golpista. Ele teria saído do Brasil no mesmo mês.
A PF investiga como ocorreu a saída de Ramagem do Brasil, que teria acontecido em setembro. O político teria viajado de avião para Boa Vista (RR) e de lá seguiu de carro até a Venezuela. Depois, pegou um voo para os Estados Unidos, segundo informações preliminares, divulgadas pela CNN.
Ramagem teria apresentado atestados médicos para deixar de comparecer à Câmara dos Deputados, e não participar presencialmente das sessões plenárias, porém um vídeo do plator.br, que circula nas redes sociais mostra o parlamentar andando nos EUA acompanhado da esposa e entrando em uma academia.
No Brasil quem vai preso é pobre e negro, Ramagem condenado a 16 anos está nos EUA pic.twitter.com/VZPSkGlXVc
— Mallu (@mariarita4141) November 20, 2025
Entre as medidas cautelares impostas pelo STF estão a proibição de se ausentar do país e a determinação de entregar todos os passaportes (nacionais e estrangeiros), em razão das investigações.
Na última quarta-feira (19) o PSOL pediu ao STF e à PF a prisão de Ramagem. No entanto, a prisão preventiva do parlamentar já havia sido decretada por Moraes após o pedido sigiloso da PF, pela fuga do país em setembro.
A Câmara dos Deputados informou nesta quinta-feira (20), que não foi comunicada da saída do país pelo deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ) e que não houve pedido de afastamento nem aviso prévio à Presidência da Casa. Em nota, a Câmara acrescentou que o parlamentar apresentou atestados médicos entre 9 de setembro e 8 de outubro e 13 de outubro e 12 de dezembro.
Leia a nota da Câmara:
"A Câmara dos Deputados informa que não foi autorizada missão oficial no exterior para o Deputado Delegado Ramagem, tampouco houve comunicação à Presidência de afastamento do parlamentar do território nacional.
Adicionalmente, informa que o Deputado apresentou atestados médicos nos períodos de 9 de setembro a 8 de outubro e de 13 de outubro a 12 de dezembro.
Assessoria de Imprensa da Presidência da Câmara dos Deputados."
Condenação no STF
Alexandre Ramagem foi diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo de Jair Bolsonaro. Antes de entrar na política, era delegado da Polícia Federal. Ficou mais próximo de Bolsonaro quando foi designado para chefiar a equipe de segurança do político após este ser vítima de uma facada durante a campanha eleitoral de 2018.








