Os moradores de Valparaíso de Goiás, a 36 quilômetros de Brasília, voltaram a sofrer nesta quarta-feira (22) com uma forte chuva, agravada pela falta de infraestrutura da cidade.
Após cerca de 20 minutos de chuva volumosa, diversas ruas da cidade, que tem baixa cobertura de redes de drenagem, voltaram a se transformar em corredeiras, levando riscos e prejuízo para os moradores.
A seis anos no comando do município e envolvido em diversas denúncias de corrupção, o governo do prefeito Pábio Mossoró (MDB) é acusado por populares de desviar recursos das obras de infraestrutura, que acabariam sendo mal feitas por isso. Quando feitas.
"Quem não lembra dessa obra aqui na entrada do Valparaíso II, com fotos de manilhonas, valas, bolsões de contenção da água e coisa e tal? Feita antes da eleição. No final das contas, adiantou o que aquele dinheiro gasto aqui? Em nada! A enchente continua a mesma, desde a Via 040 até aqui, do outro lado do balão. Não mudou nada"
, protestou um comerciante que pediu para não ser identificado
Noutro registro em vídeo, um valparaisense flagra o capotamento de um veículo que caiu num buraco encoberto pela enxurrada e foi tombado pela força da água.
Durante a gravação o morador manda um recado ao secretário de governo, doutor Roberto Martins (Podemos), antecipando que as manilhas que estão sendo instaladas em algumas ruas do Setor de Chácaras Anhanguera, ao preço de R$ 62 milhões emprestados pelo Banco do Brasil, não vão adiantar.
"Olha aí doutor Roberto, acabou de capotar um carro aqui, ó a água puxando ele aqui ó. A onde que manilha aguenta rapaz, não aguente nunca não"
, disse
Em 28 de março de 2018, o prefeito Pábio Mossoró (MDB) recebeu nas mãos do então ministro das cidades, Alexandre Baldy (PP) e da então deputada estadual Lêda Borges (PSDB) o valor de R$ 1,3 milhão para a elaboração do projeto executivo das obras de infraestruturas necessárias para as três etapas (A, B e C) do Setor de Chácaras Anhanguera, porém, dois anos e meio depois, o Governo Federal informou em resposta à imprensa que, os estudos apresentados pela gestão municipal não chegavam a 70% da sua totalidade.
As obras seriam financiadas pela União, através de um PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) de R$ 116 milhões, capitado por Lêda Borges ainda quando era prefeita.
De acordo com informações, a proprietária do carro levado pela força da água é de fora da cidade e não tinha conhecimento das condições da rua. Sobre o prejuízo, ela teria dito que não tem seguro e ainda está pagando prestações.
A outro veículo de comunicação, a secretaria de infraestrutura de Valparaíso disse que os transtornos causados pelas chuvas é uma questão nacional e que está com equipes de emergência nas ruas para diminuir os riscos.