Deputado apresenta informações sobre julgamento de Jair Bolsonaro e articula sanções de Trump contra Alexandre de Moraes e sua família
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) participa nesta quarta-feira (3) de uma reunião na Casa Branca, em Washington, com representantes ligados ao ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. No encontro, o parlamentar deve apresentar dados sobre o julgamento iniciado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que apura a tentativa de golpe de Estado atribuída a Jair Bolsonaro e outros sete réus.
Aposta em sanções internacionais
Eduardo tem defendido que sanções impostas pelo governo Trump são o único caminho para “salvar” o pai e pressionar tanto o STF quanto a classe política a isolar o ministro Alexandre de Moraes. Nos bastidores, aliados do deputado apostam na iminência de novas medidas punitivas contra Moraes já na quinta-feira ou ao longo do julgamento.
Pressão sobre a família Moraes
A estratégia bolsonarista vai além do ministro. Eduardo e o blogueiro Paulo Figueiredo têm intensificado contatos com Washington para incluir a advogada Viviane Barci de Moraes, esposa de Alexandre, e até mesmo seus filhos, no pacote de sanções. O objetivo é vincular o patrimônio do casal e mostrar que, sem isso, Moraes poderia escapar das restrições impostas por Trump.
Risco ao escritório de advocacia
Outro foco é fragilizar o escritório de Viviane. Caso ela seja incluída nas listas internacionais da chamada Lei Magnitsky, enfrentaria duras restrições financeiras. Aliados de Bolsonaro acreditam que isso poderia inviabilizar contratos e causar prejuízos de grande impacto aos clientes de alto perfil da advogada.
Moraes foi oficialmente incluído na lista das chamadas sanções Ofac – sigla em inglês para Office of Foreign Assets Control, o Escritório de Controle de Ativos Externos do Departamento do Tesouro – no fim de julho. Desde então, teve cartões de crédito internacionais cancelados e, diante das incertezas sobre o alcance das medidas americanas, bancos brasileiros já discutem há semanas o cancelamento unilateral das contas de Moraes e de eventuais novos alvos dos Estados Unidos.
