Além de reforçar a percepção da má qualidade das poucas obras públicas de infraestrutura realizadas nos governos do prefeito Pábio Mossoró (MDB) e da vice Zeli Fritsche (PRTB), o acidente ocorrido na sexta-feira (30), onde as águas da chuva derrubaram o muro de um condomínio em Valparaíso de Goiás, soterrando carros e danificando as casas, acende um alerta para o inchaço desordenado da cidade sob as gestões da dupla.
Durante os seis anos dos governos Mossoró, condomínios foram autorizados e construídos indiscriminadamente no município sem previsão, tão pouco execução, de obras de esgotamento e tratamento sanitário ou drenagem de águas pluviais, o que pode espalhar o caos vivido pelos moradores do Setor de Chácaras Anhanguera para outros pontos da cidade.

Nos fundos dos bairros Esplanada I e II, milhares de moradias foram construídas no Setor de Chácaras Ypiranga entre 2018 e 2022. Mesmo período em que outros condomínios surgiram no Céu Azul, a exemplo dos controversos Praia dos Amores I, II, III, IV, V e VI, denunciados pelos ex-vereadores Ferreira, Silvano, Agiliza, Paulo Galego e Elvis Santos, por estrarem sendo concebidos em cima de nascentes.

Com raríssimas ou nenhuma exceção, as cerca de 3,2 mil moradias construídas nesses moldes em Valparaíso, só nos últimos anos, despejam centenas de milhares de m³ de dejetos em fossas sépticas, com alguns ainda captando a água para consumo em poços artesianos.
Sem nenhuma infraestrutura pública de fato, esses imóveis e são entregues com uma pavimentação praticamente ornamental, que se destrói nas primeiras chuvas por falta de drenagem, numa cidade quase 100% impermeabilizada.
O desmoronamento recente no Setor de Chácaras Anhanguera, por exemplo, é resultado do acúmulo de água da chuva e lama, vindas de de ruas recapeadas a pouco tempo pela prefeitura, mas sem a capitação de águas pluviais dimensionadas. Dando um exemplo do que pode ser o futuro desses milhares de empreendimentos liberados sem critério aparente pelo governo Pábio Mossoró.
"O sonho da gente vira um pesadelo, tudo se destrói muito rápido e a tendência é só piorar. Na eleição para prefeito o Pábio veio aqui e colocou um asfalto fuleira, que foi embora em três meses. Agora ele voltou para pedir voto para a vice (Zeli) e fez a mesma coisa ali em cima e a história se repete. A chuva já está comendo tudo"
, comentou a senhora Neide, moradora do Anhanguera.
Recentemente o Site da própria prefeitura de Valparaíso noticiou que a cidade de 60 Km² ultrapassou Luziânia de 3.961 Km² em número de habitantes. Atualmente há 2.932 valparaisenses por Km² e apenas 54 luzianenses distribuídos na mesma proporção de espaço da cidade mãe.
Consultada sobre o número de condomínios autorizados nos últimos anos na cidade, a assessoria de comunicação do prefeito Pábio Mossoró não retornou ao Jornal.