A proposta do presidente Jair Bolsonaro (PL) para a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a Petrobras, seus diretores e membros do Conselho, ganhou apoio entre políticos da oposição ao governo.

A ideia de Bolsonaro foi anunciada a líderes partidários logo após a estatal anunciar novos aumentos nos preços dos combustíveis, na sexta-feira (17). O chefe do executivo nacional declarou que já conversou com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para dar andamento da iniciativa no Congresso Nacional.
"Nossa ideia é propor uma CPI para investigar a Petrobras, seus diretores e os membros do Conselho. Queremos saber se tem algo errado nessa conduta deles, porque não é possível se conceder um reajuste com o combustível lá em cima e com os lucros exorbitantes"
, disse Bolsonaro em entrevista à Rádio 96 FM de Natal.
Parlamentares da oposição logo se agradaram da ideia. O senador líder da minoria, Jean Paul Prates (PT-RN), por exemplo, disse que o país está “uma confusão total” em relação aos combustíveis e que caso Lira não proponha a pauta na Câmara, os parlamentares farão isso.
O senador Randolfe Rodrigues (Rede), líder da oposição no Senado, apoiou a ideia da abertura de uma CPI. Randolfe foi o vice-presidente da CPI da Covid, realizada no ano passado, que indiciou 78 pessoas, entre elas Bolsonaro, e duas empresas.
O senador Alessandro Vieira (PSDB) também foi outro que confirmou sua participação na CPI do Congresso Nacional, caso ela seja instalada, “subscrevo”, escreveu ele.
Em entrevista à CNN Brasil, o líder do governo na Câmara dos Deputados, deputado Ricardo Barros (PP-PR), disse que a CPI da Petrobras seria para avaliar "a conduta da sua diretoria e do seu conselho, qual a motivação por trás dessas deliberações"
. Para Barros é "preciso investigar quais motivos levam esses dirigentes a tomar essas decisões sem considerar o impacto que isso tem na sociedade como um todo, e tendo lucros muito acima das empresas do setor"
.
Ironias:
Apesar do apoio de alguns parlamentares de oposição, outros políticos contrários ao atual governo também ironizaram a sugestão de Bolsonaro.
O ex-vice-presidente da Câmara federal, deputado Marcelo Ramos (PSD-AM), criticou a sequência de ações do governo, incluindo a proposta de CPI, que não levaram à redução do valor final na bomba dos postos de combustíveis.
Já o governador do Maranhão, Flávio Dino (PSB), ressaltou o ineditismo do Presidente da República propor uma investigação contra a estatal que ele próprio comanda e contra a chefia dessa empresa que ele próprio nomeia: