O juiz Gustavo Costa Barros da 2ª Vara Criminal de Valparaíso de Goiás determinou nesta sexta-feira (13) o afastamento do vereador Paulo Brito (PSC), acusado de corrupção.

"DETERMINO o afastamento cautelar dos denunciados Bruna Mousinho Martins, Gabriela de Cássia da Silva Emer, Paulo Cesar Fernandes de Brito, José Emidiano Teodosio de Oliveira, Geizivaldo de Araújo Lima Franco e Wellington Joas Lacerda Brito dos cargos que ocupam na Superintendência de Receita Tributária, na SUSFIM, na Câmara Municipal ou em qualquer outro órgão municipal da Prefeitura de Valparaíso de Goiás e suspensão temporária do exercício das funções públicas, sem prejuízo das respectivas remunerações"
, escreveu o magistrado na decisão.
Aliado do prefeito Pábio Mossoró (MDB) e da vice Zeli Fritsche (PRTB), o parlamentar foi flagrado em uma sequência de vídeos, supostamente negociando e cobrando propina do empresário Fernando Viana, proprietário da Funerária Boa Esperança.
Os registros mostram Paulo Brito sugerindo uma propina de R$ 30 mil em troca da baixa ilegal de débitos tributários pendentes no CNPJ da empresa no valor de R$ 180 mil.
Após apresentar os vídeos e denunciar o esquema à justiça, Fernando Viana ainda concedeu uma coletiva de imprensa na qual afirmou que o prefeito Pábio Mossoró tinha conhecimento do esquema de corrupção, ao menos desde 2019, quando ele próprio informou ao gestor municipal sobre a existência dos vídeos. Segundo o empresário, após a revelação, Mossoró teria desconversado e deixado de atendê-lo.
Desde a denúncia e de acordo com interlocutores, o vereador estaria sendo protegido contra o processo de cassação ou pedidos de prisão pelo próprio prefeito Pábio Mossoró, que exibe um relacionamento, no minimo próximo, com a promotora responsável pelo caso no Ministério Público de Valparaíso, e pelo presidente da Câmara Municipal, vereador Plácido Cunha (Avante).

Em uma busca realizada na casa de Paulo Brito, a Polícia Civil encontrou dois volumes de documentos pertinentes aos supostos crimes, retirados do órgão público ilegalmente, o que apontaria para um possível flagrante de obstrução da justiça, ato que, para juristas consultados, justificaria sua prisão cautelar.
Consultados pelo jornal, nem o vereador, a promotora responsável pelas investigações, ou a Câmara Municipal se manifestaram. Já a assessoria do prefeito não retornou os contatos anteriores da redação.
Leia a íntegra da decisão do juiz Gustavo Costa Barros da 2ª Vara Criminal de Valparaíso de Goiás:
Editado às 16h58 – Correção do nome da Funerária Boa Esperança, que estava escrito Dom Bosco.