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Centro de Controle de Zoonoses da prefeitura de Valparaíso é denunciado por maus-tratos animal

Um grupo de moradores do município de Valparaíso de Goiás se mobilizou e denunciou o Centro de Controle de Zoonoses de Valparaíso (GO) ao Ministério Público do Estado por maus-tratos aos animais.

Controle de Zoonoses da prefeitura de Valparaíso é denunciada por maus-tratos animal
Foto: Reprodução (Portal Metrópoles)

O serviço que já era deficiente sob a tutela anunciada da vice-prefeita da cidade, Zeli Fritsche (PRTB), recebeu recentemente cerca de 350 animais resgatados de uma casa de particular, supostamente também em condições de maus-tratos.

De acordo com uma veterinária, que pediu anonimato, animais doentes estariam confinados com outros sadios, fêmeas e machos estariam juntos, muitos sem castração, sem higiene e alimentação adequada,

A servidora pública Rangelma Almeida, 41 anos, conta que, além da falta de estrutura, os animais que ainda não foram adotados pegam chuva, passam frio, sede e fome.

De acordo com denúncias, a zoonose valparaisense não teria, veterinários para tratar os animais doentes.

Além disso, a mais de duas semanas é um grupo de cerca de 50 voluntários quem tem se revezado para levar alimentos e água para os animais, de 3 a 4 vezes na semana. O que não é suficiente para resolver a situação insalubre dos animais em estado abandonados em pleno estabelecimento público.

“A sociedade civil que está se mobilizando, gastando dinheiro e tempo para ajudá-los (os animais), mas isso é papel do Estado. Os animais estão sofrendo”, lamenta Rangelma Almeida.

Ainda de acordo com relatos, como em uma rinha, animais agressivos estariam atacando e até matando os mais dóceis. Segundo Rosângela, na segunda-feira (07) um pit-bull matou uma cadela vira-latas

“Isso é um absurdo. Não é justo os animais ficarem sofrendo. Veterinários precisam ser contratados e uma estrutura física construída para separá-los”, apontou a valparaisense.

“Todas as vezes que visitamos os animais ficamos muito sensibilizados ao vê-los, machucados, sem olho, com sarnas, problemas respiratórios e outros problemas. Eles estão bem debilitados, alguns precisam ser internados em caráter emergencial”, ressalta Regina Corvello, coordenadora do Projeto SOS Pets Valparaíso.

Ao final do vídeo publicado pelo projeto em busca de adoções é porrível ver animais macucados, sem olhos, doentes:

Segundo a advogada membro da Comissão de Direitos dos animais da OAB, Ana Paula Vasconcelos, a zoonose não suporta a quantidade de animais recebidos. Apesar de ser um abrigo temporário, é importante que o local disponha de condições necessárias para prezar pela dignidade deles.

“O acúmulo de animais em qualquer lugar não é o ideal, pois a chance de contaminação e de brigas é grande. O poder público tem a obrigação legal de mantê-los nas melhores condições possíveis”, argumenta ela.

A diretora de controle da zoonoses e bem estar animal, Daiane Cristina dos Reis, destacou à publicação original que a função do centro não é cuidar dos animais, mas sim, das doenças que eles transmitem. Dessa forma, a responsabilidade do cuidado é de toda a comunidade. “Já estamos fazendo o possível para ajuda a acomodar os animais, procurando cuidar da saúde e da alimentação dos cães e gatos até que novos lares sejam encontrados”, afirmou.

Na tentativa de mobilizar as autoridades competentes, Ana Paula encaminhou ao Ministério Público de Goiás um documento que mostra as dificuldades enfrentadas pelos animais e sugere medidas necessárias.

Entre os direitos e liberdades dos animais citados no documento que estão sendo violados estão: ambiente insalubre, ausência de alimentação e água nos recintos; gatos expostos a intempéries como sol e chuva; ausência de quantitativo de animais recebidos, adotados, e os que vieram a óbito, como também, de manejo e medicação de animais doentes.

O documento ainda traz a importância da adoção de medidas, como um mutirão de castração, separação e manejo adequados dos animais para evitar cruzamentos e brigas, vacinação e aumento do quadro de funcionários.

“Nosso objetivo é cobrar as autoridades competentes para que as mudanças sejam tomadas o quanto antes. Os centros de zoonoses não são adequados para os animais. Estamos buscando que eles sejam adotados, mas precisamos uma ampla divulgação de campanhas de adoção. E é o poder público o responsável por essa mobilização”, destaca Ana Paula.

Fonte: ANDA – Agência de Notícias de Direitos Animais / Metrópoles

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