A divulgação das tarifas recíprocas de Donald Trump fez prevalecer a tese comum na diplomacia mundial, principalmente na americana, de que os países não têm amigos, têm interesses.

O caso da Argentina de Javier Milei, notório bajulador de Trump, que terá tarifas de 10%, o mesmo percentual do Brasil de Lula, que é muito distante do presidente americano e vice-versa, é uma prova inequívoca dessa máxima.
Aliás, Milei viaja hoje para a Flórida e espera se encontrar com Trump. Acredite: esta é a terceira vez que o presidente do país vizinho visita os EUA nos últimos 90 dias.
Nesse tarifaço ainda há outro exemplo significativo dessa máxima “amigos, amigos; negócios à parte”, o estado de Israel, de Benjamin Netanyahu, um dos aliados mais evidentes do trumpismo, será taxado em 17%.
Oportunidade
Na economia também há a máxima de que “em crises há quem chore e os que vendem lenços”, por isso existe a avaliação de que o Brasil poderá se beneficiar com o tarifaço com a abertura de novas parcerias com outros países taxados com alíquotas bem maiores do que os 10%. É o caso da China, Vietnã, Tailândia, Taiwan e outros.
A taxação da Argentina também desmente o argumento do ex-presidente Jair Bolsonaro que a alíquota aplicada ao Brasil é para evitar o “vírus socialista” em curso de alguns países.