Após ser alvo de uma operação do Ministério Público e da Polícia Militar de Goiás, que cumpriram mandados de busca e apreensão em sua casa e em seu gabinete, o presidente da Câmara Municipal de Valparaíso de Goiás tomou a decisão inusitada de antecipar o fim do ano legislativo, mesmo com matérias pendentes.
A pressa em cancelar as sessões na Câmara, que tradicionalmente vão até o dia 15 ou 20 de dezembro, está sendo apontada por vereadores como Cláudia Aguiar e Édson Nunes, ambos do PSDB, como uma estratégia de fuga dos alvos da Operação Má Influencia, que investiga um suposto esquema de fraudes em licitação e incluiria, além de Alceu, os ex-presidentes da Casa, Plácido Cunha (PDT) e Flávio Lopes (MDB).
"Você está correndo da polícia, você está com medo de responder, o que é?", perguntou Cláudia Aguiar ao presidente Alceu Gomes, após ele anunciar o fim antecipado dos trabalhos legislativos valparaisenses em 2024.
Antes disso, o próprio colega da bancada aliada do prefeito Pábio Mossoró (MDB), vereador Tião da Padaria, também questionou:
"Porque o senhor está encerrando o ano legislativo? O senhor está correndo de alguma coisa? O senhor está com Medo de Alguma coisa? O senhor está com medo da Polícia chegar aqui numa sessão? Qual é o motivo que o senhor, Alceu, presidente, está encerrando o ano legislativo antes do tempo?"
Em sessão, os vereadores Cláudia Aguiar e Édson Nunes, que chegaram a ser afastados de suas funções num suposto conluio formado pelos acusados de corrupção, mas que voltaram à Câmara por força de decisões da justiça, poderiam reverberar sobre a operação policial que os atingiu, além de dar início a aos processos internos da Casa para apuração das acusações.